
Todos nós já ouvimos da "escola da vida" ou que "ninguém ensina como a vida". Mas como funciona a escola da vida? Conseguimos usar o mesmo jeito da escola da vida para aprender sobre nós mesmos e crescer?
Imagine a seguinte história: Maria era a melhor funcionária da empresa de contabilidade que ela trabalhava. Era dedicada, prestativa e se importava com o sucesso da empresa. Sempre ficava depois do expediente para conseguir resolver um problema urgente ou para conseguir bater a meta do mês. Maria se sentia muito cansada e triste, porque além de trabalhar muito, seu chefe nunca reconhecia seus esforços. Mas contabilidade era o que pagava suas contas e da sua família. Foi o que estudou na universidade com muita dificuldade e luta. E a segurança do emprego era a única coisa que a fazia continuar naquele trabalho. O grande talento e paixão de Maria era o de ser confeiteira. Amava fazer bolos para seu marido e seus filhos. Eles sempre diziam que era o melhor bolo do mundo, mas Maria não acreditava. Toda mãe sabe fazer bolos gostosos. Um dia uma amiga da família visitou a sua casa e disse que ela deveria trabalhar com bolos, que era o melhor bolo que ela já havia comido. Mas não tinha coragem de trabalhar com isso. Não havia tanta demanda para bolos. Afinal, a sua família gostava muito dos seus bolos, mas ninguém de fora iria querer comprar. Já haviam muitas pessoas que faziam bolos e ganhavam até mais dinheiro que ela. Mas o risco era muito grande. Ela tinha contas para pagar e não tinha a coragem como essas outras pessoas. Não saberia nem por onde começar. Maria era tímida e não conseguiria vender os bolos que fizesse, e se o bolo ficasse ruim e os clientes não gostassem. Eram apenas sonhos da sua cabeça. Era melhor trabalhar com contabilidade, em mais 10 anos se aposentaria. Até que a escola da vida aconteceu na vida de Maria. O principal cliente da empresa que ela trabalhava faliu e a empresa demitiu metade dos funcionários. E mesmo Maria sendo uma funcionária tão dedicada, foi demitida. Maria perdeu toda a segurança que seu emprego te dava. Tentou por algumas semanas procurar um outro emprego e o desespero foi crescendo conforme as contas continuavam a chegar, até que Maria decidiu seguir o conselho de sua amiga e tentar a sorte com os bolos. A escola da vida não te dá opção. Então Maria teve que desafiar os seus medos de que não conseguiria viver de bolos. Ela teve que lutar contra a sua timidez para começar a anunciar no Instagram que estava fazendo seus bolos. Teve que desafiar as ideias de que ninguém iria se interessar nos bolos e no que ela tinha para vender. A cada medo que ela desafia e vencia dentro de si mesmo, Maria começou a acreditar que era possível viver como confeiteira. Em poucos meses, Maria começou a ganhar mais dinheiro com seu trabalho como confeiteira, fazendo o que amava, se sentia mais feliz e com mais tempo para passar com sua família.
Todos nós conhecemos ou ouvimos histórias parecidas. Como a escola da vida ensinou Maria a enfrentar seus medos e como podemos fazer isso nós mesmos com o auto conhecimento?
Para entender isso, vamos primeiro entender como funciona o nosso cérebro e os medos que estão guardados nele.
Como funciona nosso cérebro?
Temos duas partes no nosso cérebro. Uma parte inconsciente e uma parte consciente. A parte inconsciente é a que não conseguimos pensar sobre ela. É o nosso piloto automático. É a parte que diz a hora que estamos com fome, se acordamos cedo ou tarde, se respiramos. Tudo o que fazemos sem pensar, fica nessa parte do cérebro. Ou seja, todo o nosso "jeito" de agir está guardado nessa parte. Se eu fico feliz quando meu time ganha, ou se quando alguém buzina pra mim eu fico bravo ou se eu rio da pessoa. E isso fica guardado no cérebro no formato de memórias, ou de ideias. No exemplo da história da Maria podemos perceber algumas ideias guardadas na parte inconsciente do cérebro dela. Estava a ideia de que ela só conseguiria ganhar dinheiro trabalhando com contabilidade. Estavam também as ideias de que ela não era boa o suficiente para ganhar dinheiro fazendo bolos. A ideia de que ela era muito tímida e por isso não conseguiria usar as redes sociais para anunciar seu trabalho. Então sempre que ela pensava em deixar seu trabalho, ela sentia muito medo porque tinha muitas barreiras, ou melhor ideias, de que ela não conseguiria para fazer com que ela enfrentasse o medo de deixar o seu trabalho.
A parte inconsciente serve para que nós não precisamos pensar em tudo o tempo todo. É onde fica guardado a habilidade de dirigir. É onde fica guardada a habilidade de andar. Porque depois que isso vai para o inconsciente, não precisamos pensar para fazer as coisas. E ela gosta que as coisas sejam sempre iguais, porque sempre que há mudança a parte inconsciente fica com medo e tenta fazer com ficamos na zona de segurança, ou popularmente conhecida como zona de conforto.
Como o nosso cérebro é feito para nos manter seguros e em ambientes conhecidos, ele busca confirmar as coisas que ele já sabe. Por exemplo, imagine a ideia que a Maria tinha que só sua família gostava de seus bolos. Então sempre que ela tinha oportunidade de fazer um bolo para um amigo, a ideia de que ninguém iria gostar dos seus bolos falava mais alto, ela ficava com medo e nunca tentava. O que fazia o seu cérebro se sentir seguro, com as ideias que ele já tinha. Agora imagine que uma vez ela decidiu enfrentar o medo e deu o bolo para um amigo e seu amigo disse que é o melhor bolo que ele já comeu. Então duas coisas poderiam acontecer no cérebro: ela poderia reconhecer que talvez os seus bolos fossem bons e ela podia arriscar dando para mais pessoas, o que a faria sentir medo novamente e o seu cérebro quer evitar a sensação de medo. Ou então ela pensaria que o seu amigo só estava sendo gentil com ela por causa da sua amizade e que seu bolo não era tão bom assim, o que confirmaria a ideia que ela tinha, e a manteria no lugar seguro que ela já estava.
Percebeu como funciona? Como Maria poderia fazer para mudar essa ideia que ela têm de si mesmo? Ela teria que enfrentar o medo várias vezes para convencer o seu cérebro de que os seus bolos são bons. E mesmo quando seu bolo não estiver bom, que ela poderia ver onde errou e fazer bolos ainda melhor nas próximas vezes. Até que ela trocasse a ideia antiga pela nova e começasse a oferecer bolos para todos os amigos, sabendo que todos iriam gostar.
Como Maria poderia usar auto conhecimento para não precisar da escola da vida?
A escola da vida obrigou a Maria a desafiar as ideias que a mantinham no seu ambiente seguro, ou o que é popularmente conhecido como zona de conforto. Mesmo que a zona de conforto de Maria a fazia trabalhar muito, não ser reconhecida pelo seu trabalho e a deixava infeliz. O grande segredo para viver uma vida com qualidade, é escolher as ideias que queremos para a nossa zona de conforto. Só que para isso temos que desafiar nossos medos várias vezes para ir substituindo as ideias. É um muito trabalhoso, mas vale muito a pena.
A nossa liberdade de escolher, ou o livre arbítrio, existe na parte consciente do nosso cérebro. Onde podemos escolher os nossos pensamentos e agir de forma diferente das ideias que já estão guardadas no seu inconsciente. Voltamos a história da Maria.
Maria começou a desafiar as ideias e estava oferecendo bolo para todos os seus amigos. E começou a acreditar que seus bolos eram realmente gostosos. Então ela decidiu que tentaria trabalhar com os bolos e desafiar a ideia de que não conseguiria. Nos fins de semana ela começou a aceitar encomendas de bolos para vender. Em três meses, haviam tantos pedidos de bolo para ele fazer, que os fins de semana já não eram suficientes. Então ela conseguiu deixar o trabalho, com muito menos medo e começou o seu negócio de confeiteira. Aos poucos começou a ir para o Instagram a ensinar receitas e assim ganhava mais dinheiro com a confeitaria. A melhor parte de todas é que a cada medo que Maria enfrentava, mais confiante e feliz ela se sentia consigo mesma. Afinal, estava trabalhando com as coisas que ela realmente gostava, chegando no mesmo resultado.
Porque é tão difícil fazer isso então?
O problema é que nós somos cegos quando precisamos observar nós mesmos. Por exemplo, quantas pessoas que são magras se olham no espelho e se veem gordas? Ou pessoas lindas mas que olham no espelho e veem somente defeitos? Lembra de que o nosso cérebro busca confirmações das coisas que acreditamos?
Não conseguimos fazer isso sozinhos. E por isso precisamos de ajuda de outras pessoas para nos ajudar a enxergar melhor. Terapeutas, Psicólogos, Mentores.
Como você pode usar isso?
Identifique uma área da sua vida onde não esteja satisfeito.
Tente encontrar os medos que você tem nessa área da sua vida.
Use seu psicólogo, terapeuta ou as ferramentas que disponibilizaremos aqui no LoveRevolution, para identificar a ideia que te causa medo.
Crie estratégias que você desafie essa ideia e dê novas informações para o seu cérebro.
Coloque em prática e crie novos comportamentos que confirmem a nova ideia.
Repita até que se torne a sua nova zona de conforto.
O melhor conselho que eu posso te dar é: mude uma ideia de cada vez. Apesar da pressa e do desejo de mudar radicalmente todas as ideias que temos, isso é uma ótima estratégia de auto sabotagem. Porque tentamos mudar muitas coisas de uma vez, iremos falhar e o nosso inconsciente dirá para nós: "Te falei que isso não funciona. Devemos ficar quietinhos aqui ao invés dessa coisa de mudar". Ele não é ruim, é só que o mecanismo é feito para nos manter seguros, num lugar que já conhecemos. O livre arbítrio de escolher a nossa própria realidade, é enfrentar os medos e viver a vida que queremos. E isso é se amar.
Junte-se a revolução. Saiba mais em A revolução.
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